segunda-feira, 15 de março de 2010
Inverso.
Eu tenho coisas boas pra contar de você? Vocês? Vasculho minha mente... Não. Eu não tenho. E sabe por que eu nunca tenho essas coisas pra serem contadas? Porque elas jamais viraram passado. Estão aqui. Presente. Enraizadas no meu futuro. E daí impulsivamente, eu decido que já chega disso! Já chega de todas essas pessoas e situações presas em histórias que já deram no que tinham que dar. Decidir me poupar. Apesar de eu estar sempre ali, querendo sentir, querendo recuperar. Não dá pra consertar aquilo que não tem defeitos. E não dá pra encaixar aquilo que mudou de forma. Se era pra ser, talvez tenha sido. Mas se não foi... É porque não será.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Farrapos.
Engraçado pensar isso uma hora dessas, mas eu queria perguntar a todas as pessoas que me mostram um segurança infalível: O que você pretende pra sua vida agora? Alguns responderiam que queriam uma carreira, um amor novo, um carro do ano... E novamente pergunto. O que você pretende pra sua vida agora? Sim, eu sei dos meus planos pra um futuro não tão próximo, mas eu realmente sei o que querer agora, nesse momento que passa, que corre, que foge? Eu precisava que alguém me respondesse, o que eu poderia fazer por mim. Eu sempre estive ligada a tudo que diz respeito a me conhecer, me respeitar, aprender sobre mim mesma. Mas, e quando eu não sei mais o que me tornei? E se de repente todas as coisas que eu aprendi escapolirem dos meus sonhos? Eu já não sei o que fazer de mim, preciso de algo que me tire daqui, me leve enquanto há tempo. O vento passou, a chuva escorre lentamente e se confunde as lágrimas que molham o rosto, secando a alma.
se der um vento é maremoto,
se eu for embora não sou mais eu."
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Siga caminhando comigo.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Rá, me poupe!
Vamos analisar bem essa situação. Você chega, gasta seus preciosos minutos comigo. Me desgasta ao máximo, e simplesmente sai, escapa, evapora. Posso parecer boba, posso parecer muito boba, mas presta atenção... Não nasci ontem, e tudo que eu vivi me faz ser assim. Torta, direta, louca de pedra. Você sabe, eu tento mudar, tento ser a menininha que você e todos os caram desejam. A boba, a imatura, a gostosinha que beija bem e é compreensiva. Mas eu sou mais que isso, deixa eu te lembrar. Não me resuma em apenas um projeto de pseudo mulherzinha. Eu não sou assim, e tenho quase certeza que jamais serei. Sou dona de mim, cara. Todas as minhas quedas e arranhões eu mereci, e me curei, veja só. Você não é o primeiro cara que vem com esses papinhos de amor incondicional. Afinal, você sabe o que de amor? Quer que eu responda? Nada. Isso que você sabe sobre mim, e sobre tudo que me diz respeito. Nada. Mas é fácil aprender. Eu sou intensa, e se você não vai aguentar, cai fora enquanto é tempo. Tem milhões ai, mais legais, menos espertas, que vão elogiar seus joguinhos de sedução. Mas eu? Não, não me encaixe nessa lista. Não fico todo dia lendo milhões de textos de auto-ajuda e me conhecendo mais que todos pra isso, né? Vamos ser sinceros, eu realmente mereço coisa melhor.
Só mais umas palavrinhas: Se eu fosse você, eu me prenderia. Mas prenderia com força. Porque se eu me soltar e sair fugindo, nem corra mais atrás. Porque meus sonhos me faz ter asas, e acredite, eu vôo!
domingo, 1 de novembro de 2009
Pra você Caio, todo meu amor e minha saudade de sempre.
“Te escrevo por absoluta necessidade. Não conseguiria dormir outra vez se não te escrevesse.”
Eu precisava dizer, Caio. Você sempre soube de tudo, não é? Vá, me conte... Sempre soube das pessoas e das maldades alheias. Sabia amar, não sabia? Ah, Caio, me conte que você conhece. Hoje, como tem sido diariamente, eu revi você. E eu vivi você, bebi da sua água e derramei as lágrimas da tua tristeza. Da nossa. Da minha. Você pode me ouvir agora? Eu preciso que sente-se comigo e diga: “Que seja doce” e que me explique que essa é só uma das fases do lixo, e que já já vem a purpurina. Me acolha, eu sei que você passou por tudo que eu estou passando, e tenho certeza que foi pior... Queria ter te ajudado. A superar toda essa merda engasgada. E toda essa injustiça que acontece simplesmente pelo fato de que nós, humanos, somos totalmente irracionais, individualistas, e sem qualquer tipo de amor que não seja o estúpido amor-próprio, ódio-próprio, solidão-própria. Tem como amar? Por favor, Caio... Você entendia, você me entenderia. Quem mais poderia, senão você? Eu choro, choro porque você existiu, e você era tão bom. E você era a pessoa mais indolor que já existiu. E te doía tanto, não é? Porque te fizeram sofrer assim, Caio? Você também foi injusto? Irracional? E são tantas perguntas, e é tudo tão forever. Só me veio a cabeça a vontade de escrever á você porque me fizeram sofrer mais uma vez, e eu lembrei que não é só eu que passo, passei, e passarei por isso. Todos nós sofremos, são coisas da vida, é o ciclo, é o caminho. Isso me conforta, saber que não sou a única a desejar alguém, a viver por alguém, e mesmo assim procurar tantos “alguéns” pra substituir um único ser. O maior deles. Alguém te amou, Caio? Será que um dia alguém me amará também? Quero esse paraíso a meia luz, quero mais sorriso, mais corpo colado, mais alegria estampada na cara, batendo a porta, pulando a janela. Quero aquela paz de um abraço, de um beijo apertado, demorado, terno. E eu choro mais uma vez, ao ver que sonho o mesmo que você sonhou, e você não pode realizar, eu tampouco. Ah Caio... Vamos bater um papo, conversar devarzinho, contar as histórias, recordar o passado, planejar o futuro. Sabe porque?
“É que as vezes me dá uma saudade irracional de você”.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Prosopopéias desimportantes.
Mas lembro da sua presença borrada, e do seu jeito super insensível de dizer que eu era a errada. E meu Deus, eu continuo sendo errada hoje. Mas existe uma diferença: Não existe você me lembrar disso. E eu penso mais... Com tantas pessoas mais maduras no mundo, tantas pessoas decididas, equilibradas, e que vivem o mais perto possível da minha realidade, por que eu simplesmente insisto em desejar não o impossivel, mas o indesejado? Você não é imperfeito, é melhor que imperfeito. É como aqueles quadros barrocos que você ver o extâse na dor. Acho que não entenderia, nem eu entendo. Manias, manias. Acho que te amar é falta de um amor melhor. Um amor que não aparece, que não chega e que grita no meu peito. Um amor inexistente, um amor inventado. Sabe qual é ele? Amor próprio. Cadê ele, cara? Me arrumo, me penteio, faço amigos, riu a beça. Quem me ver, nem repara no buraco. Dizem que não se pode tampar o sol com uma peneira. Mas acredite, quando ele incomoda seus olhos, e queima a sua pele, mesmo ele sendo tão lindo e tão forte, é preciso ser cessado. Acabado. Escuro. Você não pode me ver, nem pode me imaginar mais. Eu já não sei dos seus sonhos, nem das suas vontades. E as vezes eu prefiro assim. Se for pra morrer, que seja na falta. Não no excesso de não ter. Falta combina com falsa. E é toda essa merda de falsa alegria que eu tenho sentido. E tenho repetido: "Que eu permaneça no erro, que o erro permaneça em mim". Eu já não sei o que escrever, essa minha saudade não permite mais. Eu espero que você viva, e seja bem. Fique bem. E não esqueça do bem que você me faz. Não esqueça, promete que não esquecer desse quase amor... Jamais.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Continuação...
- Não desista, Julie... Não desista de mim.
Aquilo me deu um impulso enorme, e eu andei com mais força, não sei se estava flutuando, mas agora não me importava muito.
Foi ai que tudo ficou claro demais pra mim - e muito confuso - muito rápido. Eu avistei uma terra desconhecida, e do lado algo menor que o sol, mas muito parecido. Era a minha estrela que ele mandou que seguisse... E eu me lembrei de uma nótica que tinha lido no jornal antes de ontem.
"Astrônomos encontraram um planeta fora do nosso Sistema Solar que é potencialmente habitável, com temperaturas parecidas com as da Terra. A descoberta foi considerada um grande passo na procura por vida extraterrestre. " Não podia ser, ali só podia ser... Gliese 581.
Mas não foi muito isso que me interessou, e me assustou. Lembrei da última frase da nóticia: "vida extraterreste" . Não podia ser, e de repente eu fiquei com medo, a muito mais ansiosa que já estava. Eu ia desistir, senti minhas pernas mandarem fazer isso. Mas pra onde eu iria? Pra Plutão? Sorri com meu pensamento, piadinhas internas uma hora dessa não era a melhor opção.
Eu estava distraída nos meus pensamentos, quando a voz linda retornou.
- Julie, você está chegando... Não me deixou, não desistiu.
Ele estava emocionado, e isso me deu uma força inexplicável. Tudo ali era inexplicável: As cores, o brilho, as coisas que eu não sei o nome voavam por mim, e meu corpo era muito leve, minha alma também, e foi como se eu estivesse em casa.
- Me espere, Luck, eu vou te salvar.
Aumentei meus passos, logo correndo. Avistei a coisa mais linda que podia ter visto na minha vida. Ele era lindo, seu brilho valia mais que uma constelação inteira e eu não consegia parar de olhar. Um vento sobrou, deixando meus cabelos no rosto atrapalhando a visão. Tirei-os imediatamente e continuei olhando, abismada. Era ele, o Luck, eu tinha certeza que era ele. E por uns instantes eu tinha o imaginado verde, estranho e radioativo. Mas ele era lindo, era de verdade. Era?
Me aproximei devagar, recentindo um pouco e ele esticou os braços pra mim. Meus braços não obedeceram minha cabeça, e eu segui os dele, esticando os meus, e pondendo tocar os seus dedos, que eram uma espécie de choque eletrico em mim, mas eram tão bons. Macios.
Ele segurou minha mão, e eu fechei os olhos por uns instantes, desacreditando em tudo, principalmente em mim. Mas ele era tão lindo, me trazia uma paz tão boa, uma alegria estranha. Ele abriu a boca aos poucos.
- Eu sabia, Julie. Você viria me salvar.
Eu voltei a olhá-lo nos olhos, e eles tinham um brilho radiante.
- Eu na verdade não tinha muita escolha, não é?
Foi só o que eu consegui falar.
- Promete vir aqui sempre me salvar?
Eu me assustei. Onde eu estaria? Aquilo só podia ser um sonho, algo dos meus pensamentos.
- Te salvar como, Luck?
A pergunta saiu um pouco abafada.
- Com a sua presença. Eu preciso dela.
Eu enchi o peito de ar, querendo solta-lo, mas eu nem conseguia respirar. Olhava pra ele, tão lindo, tão surreal, mas tão estranho por eu parecer conhecer a tanto tempo antes. Respondi num ato impensável.
- Eu prometo voltar, Luck. Prometo.
Minha voz estrava trêmula, mas não era de medo, nem por causa do choque bom que ele me causava. Eu estava ansiosa, e por mim eu nunca mais voltaria pra aqui. Eu simplesmente moraria aqui, nunca mais sairia.
- Vou te esperar, minha Julie. Eu sei que você vem.
Eu abri a boca pra responder, e de repente algo saiu dos meus pés, minhas mãos soltaram as dele rápido demais, eu estava caindo... Caindo, caindo, caindo. Eu desejava que ele pudesse me libertar, mas ele não podia, ele me olhava cair com olhos de quem queria tanto poder me ajudar.
- Socorrooooooo!
Eu gritei, tarde demais. E foi ai que eu cai. Cai na realidade.
Acordei gritando, com um desespero enorme. Eu queria o Luck, precisava dele. De repente minhas idéias se encaixaram na minha cabeça. Primeiro, eu estava sonhando, mas tudo aquilo era tão real, tão meu. Segundo, o Luck existia. Eu tinha certeza. Mas isso era um segredo. Afinal, quem mais acreditaria em uma coisa tão sem sentido? Mas eu acreditava, e sabia a forma de encontrá-lo novamente.
E foi ai que eu dei valor a cada sonho como o único, e acredite. Os sonhos podem sim se tornar realidade. Mesmo que seja uma realidade só sua.